domingo, 12 de agosto de 2012

Psicanálise

Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente. Freud inicia seu pensamento teórico assumindo que não há nenhuma descontinuidade na vida mental. Ele afirmou que nada ocorre ao acaso e muito menos os processos mentais. Há uma causa para cada pensamento, para cada memória revivida, sentimento ou ação. Cada evento mental é causado pela intenção consciente ou inconsciente e é determinado pelos fatos que o precederam. Uma vez que alguns eventos mentais "parecem" ocorrer espontaneamente, Freud começou a procurar e descrever os elos ocultos que ligavam um evento consciente a outro. O ponto de partida dessa investigação é o fato da consciência.Consciente, Pré-Consciente e InconscienteSegundo Freud, o consciente é somente uma pequena parte da mente, incluindo tudo do que estamos cientes num dado momento. O interesse de Freud era muito maior com relação às áreas da consciência menos expostas e exploradas, que ele denominava Pré-Consciente e Inconsciente.Inconsciente. A premissa inicial de Freud era de que há conexões entre todos os eventos mentais e quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e sentimentos que o precedem, as conexões estariam no inconsciente. Uma vez que estes elos inconscientes são descobertos, a aparente descontinuidade está resolvida. "Denominamos um processo psíquico inconsciente, cuja existência somos obrigados a supor - devido a um motivo tal que inferimos a partir de seus efeitos - mas do qual nada sabemos" (1933, livro 28, p. 90 na ed. bras.). No inconsciente estão elementos instintivos não acessíveis à consciência. Além disso, há também material que foi excluído da consciência, censurado e reprimido. Este material não é esquecido nem perdido mas não é permitido ser lembrado. O pensamento ou a memória ainda afetam a consciência, mas apenas indiretamente.O inconsciente, por sua vez, não é apático e inerte, havendo uma vivacidade e imediatismo em seu material. Memórias muito antigas quando liberadas à consciência, podem mostrar que não perderam nada de sua força emocional. "Aprendemos pela experiência que os processos mentais inconscientes são em si mesmos intemporais. Isto significa em primeiro lugar que não são ordenados temporalmente, que o tempo de modo algum os altera, e que a idéia de tempo não lhes pode ser aplicada" (1920, livro 13, pp. 41-2 na ed. bras.). Assim sendo, para Freud a maior parte da consciência é inconsciente. Ali estão os principais determinantes da personalidade, as fontes da energia psíquica, as pulsões e os instintos.
Pré-consciente. Estritamente falando, o Pré-Consciente é uma parte do Inconsciente, uma parte que pode tornar-se consciente com facilidade. As porções da memória que nos são facilmente acessíveis fazem parte do Pré-Consciente. Estas podem incluir lembranças de ontem, o segundonome, as ruas onde moramos, certas datas comemorativas, nossos alimentos prediletos, o cheiro de certos perfumes e uma grande quantidade de outras experiências passadas. O Pré-Consciente é como uma vasta área de posse das lembranças de que a consciência precisa para desempenhar suas funções.

Freud: A consciência pode conhecer tudo? Marilena Chauí (profª da USP e autora de vários livros)  (Fonte: Filosofia, Ed. Ática, São Paulo, ano 2000, pág. 83-87) Freud escreveu que, no transcorrer da modernidade, os humanos foram feridos três vezes e que as feridas atingiram o nosso narcisismo, isto é, a bela imagem que possuíamos de nós mesmos como seres conscientes racionais e com a qual, durante séculos, estivemos encantados. Que feridas foram essas? A primeira foi a que nos infligiu Copérnico, ao provar que a Terra não estava no centro do Universo e que os homens não eram o centro do mundo. A segunda foi causada por Darwin, ao provar que os homens descendem de um primata, que são apenas um elo na evolução das espécies e não seres especiais, criados por Deus para dominar a Natureza. A terceira foi causada por Freud com a psicanálise, ao mostrar que a consciência é a menor parte e a mais fraca de nossa vida psíquica. Na obra Cinco ensaios sobre a psicanálise, Freud escreve: "A Psicanálise propõe mostrar que o Eu não somente não é senhor na sua própria casa, mas também está reduzido a contentar-se com informações raras e fragmentadas daquilo que se passa fora da consciência, no restante da vida psíquica... A divisão do psíquico num psíquico consciente e num psíquico inconsciente constitui a premissa fundamental da psicanálise, sem a qual ela seria incapaz de compreender os processos patológicos, tão freqüentes quanto graves, da vida psíquica e fazê-los entrar no quadro da ciência... A psicanálise se recusa a considerar a consciência como constituindo a essência da vida psíquica, mas nela vê apenas uma qualidade desta, podendo coexistir com outras qualidades e até mesmo faltar. "A psicanálise - Freud era médico psiquiatra. Seguindo os médicos de sua época, usava a hipnose e a sugestão no tratamento dos doentes mentais, mas sentia-se insatisfeito com os resultados obtidos.Certa vez, recebeu uma paciente, Anna O., que apresentava sintomas de histeria, isto é, apresentava distúrbios físicos (paralisias, enxaquecas, dores de estômago) sem que houvesse causas físicas para eles, pois eram manifestações corporais de problemas psíquicos. Em lugar de usar a hipnose e a sugestão, Freud usou um procedimento novo: fazia com que Anna relaxasse num divã e falasse. Dizia a ela palavras soltas e pedia-lhe que dissesse a primeira palavra que lhe viesse à cabeça ao ouvir a que ele dissera - posteriormente, Freud denominaria esse procedimento de "técnica de associação livre". Freud percebeu que, em certos momentos, Anna reagia a certas palavras e não pronunciava aquela que lhe viera à cabeça, censurando-a por algum motivo ignorado por ela e por ele. Notou também que, em outras ocasiões, depois de fazer a associação livre de palavras, Anna ficava muito agitada e falava muito. Observou que, certas vezes, algumas palavras a faziam chorar sem motivo aparente e, outras vezes, a faziam lembrar-se de fatos da infância, narrar um sonho que tivera na noite anterior. Pela conversa, pelas reações da paciente, pelos sonhos narrados e pelas lembranças infantis, Freud descobriu que a vida consciente de Anna era determinada por uma vida inconsciente, que tanto ela quanto ele desconheciam. Compreendeu também que somente interpretando as palavras, os sonhos, as lembranças e os gestos de Anna chegaria a essa vida inconsciente. Freud descobriu, finalmente, que os sintomas histéricos tinham três finalidades: 1. contar indiretamente aos outros e a si mesma os sentimentos inconscientes; 2. punir-se por ter tais sentimentos;3. realizar, pela doença e pelo sofrimento, um desejo inconsciente intolerável.Tratando de outros pacientes, Freud descobriu que, embora conscientemente quisessem a cura, algo neles criava uma barreira, uma resistência inconsciente à cura. Por quê? Porque os pacientes sentiam-se interiormente ameaçados por alguma coisa dolorosa e temida, algo que haviam penosamente esquecido e que não suportavam lembrar. Freud descobriu, assim, que o esquecimento consciente operava simultaneamente de duas maneiras:  1. como resistência à terapia; 2. sob a forma da doença psíquica, pois o inconsciente não esquece e obriga o esquecido a reaparecer sob a forma dos sintomas da neurose e da psicose. Desenvolvendo com outros pacientes e consigo mesmo esses procedimentos e novas técnicas de interpretação de sintomas, sonhos, lembranças, esquecimentos, Freud foi criando o que chamou de análise da vida psíquica ou psicanálise, cujo objeto central era o estudo do inconsciente e cuja finalidade era a cura de neuroses e psicoses, tendo como método a interpretação e como instrumento a linguagem (tanto a linguagem verbal das palavras quanto a linguagem corporal dos sintomas e dos gestos). A vida psíquica - Durante toda sua vida, Freud não cessou de reformular a teoria psicanalítica, abandonando alguns conceitos, criando outros, abandonando algumas técnicas terapêuticas e criando outras. Não vamos, aqui, acompanhar a história da formação da psicanálise, mas apresentar algumas de suas principais idéias e inovações. A vida psíquica é constituída por três instâncias, duas delas inconscientes e apenas uma consciente: o id, o superego e o ego (ou o isso, osuper-eu e o eu). Os dois primeiros são inconscientes; o terceiro, consciente.O id é formado por instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes, ou seja, pelo que Freud designa como pulsões. Estas são regidas pelo princípio do prazer, que exige satisfação imediata. O id é a energia dos instintos e dos desejos em busca da realização desse princípio do prazer. É a libido.Instintos, impulsos e desejos, em suma, as pulsões, são de natureza sexual e a sexualidade não se reduz ao ato sexual genital, mas a todos os desejos que pedem e encontram satisfação na totalidade de nosso corpo.Freud descobriu três fases da sexualidade humana que se diferenciam pelos órgãos que sentem prazer e pelos objetos ou seres que dão prazer. Essas fases se desenvolvem entre os primeiros meses de vida e os 5 ou 6 anos, ligadas ao desenvolvimento do id: 1. a fase oral, quando o desejo e o prazer localizam-se primordialmente na boca e na ingestão de alimentos e o seio materno, a mamadeira, a chupeta, os dedos são objetos do prazer; 2. a fase anal, quando o desejo e o prazer localizam-se primordialmente nas excreções e as fezes, brincar com massas e com tintas, amassar barro ou argila, comer coisas cremosas, sujar-se são os objetos do prazer; 3. e a fase genital ou fase fálica, quando o desejo e o prazer localizam-se primordialmente nos órgãos genitais e nas partes do corpo que excitam tais órgãos. Nessa fase, para os meninos, a mãe é o objeto do desejo e do prazer; para as meninas, o pai. No centro do id, determinando toda a vida psíquica, encontra-se o que Freud denominou de complexo de Édipo, isto é, o desejo incestuoso pelo pai ou pela mãe. É esse o desejo fundamental que organiza a totalidade da vida psíquica e determina o sentido de nossas vidas. O superego, também inconsciente, é a censura das pulsões que a sociedade e a cultura impõem ao id, impedindo-o de satisfazer plenamente seus instintos e desejos. É a repressão, particularmente a sexual. Manifesta-se à consciência indiretamente, sob a forma da moral, como um conjunto de interdições e de deveres, e por meio da educação, pela produção da imagem do "eu ideal" isto é, da pessoa moral, boa o virtuosa. O superego ou censura desenvolve-se num período que Freud designa como período de latência, situado entre os 6 ou 7 anos e o início da puberdade ou adolescência. Nesse período, forma-se nossa personalidade moral e social, de maneira que, quando a sexualidade genital ressurgir, estará obrigada a seguir o caminho traçado pelo superego.O ego ou o eu é a consciência, pequena parte da vida psíquica, submetida aos desejos do id e à repressão do superego. Obedece ao princípio da realidade, ou seja, à necessidade de encontrar objetos que possam satisfazer ao id sem transgredir as exigências do superego. O ego, diz Freud, é "um pobre coitado", espremido entre três escravidões:*os desejos insaciáveis do id,*a severidade repressiva do superego*e os perigos do mundo exterior.Por esse motivo, a forma fundamental da existência para o ego é a angústia. Se se submeter ao id, torna-se imoral e destrutivo; se se submeter ao superego, enlouquece de desespero, pois viverá numa insatisfação insuportável; se não se submeter à realidade do mundo, será destruído por ele. Cabe ao ego encontrar caminhos para a angústia existencial. Estamos divididos entre o princípio do prazer (que não conhece limites) e o princípio da realidade (que nos impõe limites externos e internos). Ao ego-eu, ou seja, à consciência, é dada uma função dupla: ao mesmo tempo recalcar o id, satisfazendo o superego, e satisfazer o id, limitando o poderio do superego. A vida consciente normal é o equilíbrio encontrado pela consciência para realizar sua dupla função. A loucura (neuroses e psicoses) é a incapacidade do ego para realizar sua dupla função, seja porque o id ou o superego são excessivamente fortes, seja porque o ego é excessivamente fraco.O inconsciente, em suas duas formas, está impedido de manifestar-se diretamente à consciência, mas consegue fazê-lo indiretamente. A maneira mais eficaz para a manifestação é a substituição, isto é, o inconsciente oferece à consciência um substituto aceitável por ela e por meio do qual ela pode satisfazer o id ou o superego. Os substitutos são imagens (isto é, representações analógicas dos objetos do desejo) e formam o imaginário psíquico, que, ao ocultar e dissimular o verdadeiro desejo, o satisfaz indiretamente por meio de objetos substitutos (a chupeta e o dedo, para o seio materno; tintas e pintura ou argila e escultura para as fezes, uma pessoa amada no lugar do pai ou da mãe). Além dos substitutos reais (chupeta, argila, pessoa amada), o imaginário inconsciente também oferece outros substitutos, os mais freqüentes sendo os sonhos, os lapsos e os atos falhos. Neles, realizamos desejos inconscientes, de natureza sexual. São a satisfação imaginária do desejo.Alguém sonha, por exemplo, que sobe uma escada, está num naufrágio ou num incêndio. Na realidade, sonhou com uma relação sexual proibida. Alguém quer dizer uma palavra, esquece-a ou se engana, comete um lapso e diz uma outra que nos surpreende, pois nada tem a ver com aquela que se queria dizer. Realizou um desejo proibido. Alguém vai andando por uma rua e, sem querer, torce o pé e quebra o objeto que estava carregando. Realizou um desejo proibido. A vida psíquica dá sentido e coloração afetivo sexual a todos os objetos e a todas as pessoas que nos rodeiam e entre os quais vivemos. Por isso, sem que saibamos por que, desejamos e amamos certas coisas e pessoas, odiamos e tememos outras. As coisas e os outros são investidos por nosso inconsciente com cargas afetivas de libido. É por esse motivo que certas coisas, certos sons, certas cores, certos animais, certas situações nos enchem de pavor, enquanto outros nos enchem de bem-estar, sem que o possamos explicar. A origem das simpatias e antipatias, amores e ódios, medos e prazeres está em nossa mais tenra infância, em geral nos primeiros meses e anos de nossa vida, quando se formam as relações afetivas fundamentais e o complexo de Édipo.Essa dimensão imaginária de nossa vida psíquica - substituições, sonhos, lapsos, atos falhos, prazer e desprazer com objetos e pessoas, medo ou bem-estar com objetos ou pessoas - indica que os recursos inconscientes para surgir indiretamente à consciência possuem dois níveis: o nível do conteúdo manifesto (escada, mar e incêndio, no sonho; a palavra esquecida e a pronunciada, no lapso; pé torcido ou objeto partido, no ato falho; afetos contrários por coisas e pessoas) e o nível do conteúdo latente, que é o conteúdo inconsciente real e oculto (os desejos sexuais). (1) Narcisismo - Conta o mito que o jovem Narciso, belíssimo, nunca tinha visto sua própria imagem. Um dia, passeando por um bosque, viu um lago. Aproximou-se e viu nas águas um jovem de extraordinária beleza e pelo qual apaixonou-se perdidamente. Desejava que o outro saísse das águas e viesse ao seu encontro, mas como o outro parecei recusar-se a sair do lago, Narciso mergulhou nas águas, foi às profundezas à procura do outro que fugia, morrendo afogado. Narciso morreu de amor por si mesmo, ou melhor, de amor por sua própria imagem ou pela auto-imagem. O narcisismo é o encantamento e a paixão que sentimos por nossa própria imagem ou por nós mesmos porque não conseguimos diferenciar o eu e o outro.Nossa vida normal se passa no plano dos conteúdos manifestos e, portanto, no imaginário. Somente uma análise psíquica e psicológica desses conteúdos, por meio de técnicas especiais (trazidas pela psicanálise), nos permite decifrar o conteúdo latente que se dissimula sob o conteúdo manifesto.Além dos recursos individuais cotidianos; que nosso inconsciente usa para manifestar-se, e além dos recursos extremos e dolorosos usados na loucura (nela, os recursos são os sintomas), existe um outro recurso, de enorme importância para a vida cultural e social, isto é, para a existência coletiva. Trata-se do que Freud designa com o nome de sublimação. Na sublimação, os desejos inconscientes são transformados em uma outra coisa, exprimem-se pela criação de uma outra coisa: as obras de arte, as ciências, a religião, a filosofia, as técnicas, as instituições sociais e as ações políticas. Artistas, místicos, pensadores, escritores, cientistas, líderes políticos satisfazem seus desejos pela sublimação e, portanto, pela realização de obras e pela criação de instituições religiosas, sociais, políticas, etc. Porém, assim como a loucura é a impossibilidade do ego para realizar sua dupla função, também a sublimação pode não ser alcançada e, em seu lugar, surgir uma perversão social ou coletiva, uma loucura social ou coletiva. O nazismo é um exemplo de perversão, em vez de sublimação. A propaganda, que induz em nós falsos desejos sexuais pela multiplicação das imagens de prazer, é outro exemplo de perversão ou de incapacidade para a sublimação.O inconsciente, diz Freud, não é o subconsciente. Este é aquele grau da consciência como consciência passiva e consciência vivida não-reflexiva, podendo tornar-se plenamente consciente. O inconsciente, ao contrário, jamais será consciente diretamente, podendo ser captado apenas indiretamente e por meio de técnicas especiais de interpretação desenvolvidas pela psicanálise. A psicanálise descobriu, assim, uma poderosa limitação às pretensões da consciência para dominar e controlar a realidade e o conhecimento. Paradoxalmente, porém, nos revelou a capacidade fantástica da razão e do pensamento para ousar atravessar proibições e repressões e buscar a verdade, mesmo que para isso seja preciso desmontar a bela imagem que os seres humanos têm de si mesmos. Longe de desvalorizar a teoria do conhecimento, a psicanálise exige do pensamento que não faça concessões às idéias estabelecidas, à moral vigente, aos preconceitos e às opiniões de nossa sociedade, mas que os enfrente em nome da própria razão e do pensamento. A consciência é frágil, mas é ela que decide e aceita correr o risco da angústia e o risco de desvendar e decifrar o inconsciente. Aceita e decide enfrentar a angústia para chegar ao conhecimento de que somos um caniço pensante, como disse o filósofo Pascal. PERGUNTAS 1. Por que a descoberta freudiana do inconsciente foi mais uma ferida no narcisismo (1) ocidental? 2. Como Freud chegou ao conceito de inconsciente? Como ele descreve a vida psíquica? 3. Por que o ego (consciência) é um "pobre coitado"? 4. Como opera o inconsciente (id e superego)? 5. Qual a função dos sonhos, dos sintomas e da sublimação?

domingo, 15 de abril de 2012

Psicanálise - Sexualidade e Envelhecimento

A sexualidade nos idosos é objeto de controvérsia. Os estudos demográficos apresentam resultados que devem ser analisados com reserva uma vez que essa população não costuma se comportar e falar de maneira aberta quando questionados sobre sua sexualidade. De maneira geral se aceita que à medida que os anos avançam o interesse, frequência e o desempenho dessa atividade diminuem em ambos os sexos.
Nas mulheres o interesse costuma diminuir mais que em relação aos homens. Fatores como o estado civil, o status social e a presença de doenças afetam essa atividade de maneira determinante e devem ser considerados. Doenças cardíacas, insuficiência coronariana e infartos recentes podem gerar estados de ansiedade e insegurança interferindo nessa esfera. Acredita-se que pessoas idosas que são aptas para subir um lance de escadas sem desconforto, têm condições físicas para manter uma vida sexual satisfatória sem grandes problemas. Existe um Rol de doenças que realmente acabam por interferir seriamente e entre elas se destacam:
Artrites: Dores articulares podem limitar a atividade sexual, cerca de 50% dos casos. O tratamento das dores, medidas de reabilitação física e o aconselhamento sobre as posições mais confortáveis no intercurso sexual minoram essa condição.
Próstata: Homens submetidos à ressecção transuretral parcial ou total da próstata são vítimas frequentes de impotência. Em 90% das cirurgias desse tipo, uma complicação, que deve ser discutida com o médico antes do procedimento, é a ejaculação retrógrada quando o líquido seminal, ao invés de ser expelido no orgasmo, flui para o interior da bexiga urinária. A capacidade de conseguir uma ereção não costuma estar comprometida.
Câncer: Compromete a função hormonal, Vascular e Neurológica. A Dor é o fator maior, efeitos da quimio e da radio podem refletir na imagem corporal. Mulheres que são submetidas a cirurgias rutilantes como a mastectomia costumam ter sua sexualidade comprometida por ansiedade e medo da reação e/ou rejeição do parceiro. O aconselhamento profissional psicológico e a passagem do tempo aliviam esse tipo de manifestação.
Disfunções Cardíacas: Muitas pacientes que sofreram ataques cardíacos, temem que relações sexuais possam causar outros ataques. Verifica-se que esse risco é muito baixo, se seguidas às orientações médicas. Em geral pode-se recomeçar a atividade sexual após um período variável entre 12 e 16 semanas.
AVE: Comprometimento da função motora, sensorial, emocional e cognitiva. Declínio na frequência de interesse e da atividade sexual.

Sexualidade masculina

Nos homens idosos, o padrão de sexualidade é um dos componentes essenciais para a qualidade de vida. Assim como nas senhoras, é esperada uma diminuição na motivação, frequência e desempenho. O sexo em si perde suas cores. A questão emocional sempre acompanha os contatos mais íntimos onde o afeto torna-se cada vez mais presente e necessário. Na ausência de doenças a rigidez do pênis costuma ser adequada para o intercurso até idades bastante avançadas.
A ereção é mais demorada e normalmente conseguida com estimulação direta mais prolongada. A impotência ou disfunção erétil é de longe a questão sexual que mais aflige a população masculina. O hormônio masculino, testosterona, é responsável pela libido (desejo) e também na manutenção da integridade dos tecidos e dos órgãos envolvidos no processo. Com o passar dos anos há um declínio natural das taxas desse hormônio que acabam por determinar essas alterações.
Taxas muito baixa são corrigidas com suplementação. A ereção é um ato complexo relacionado com fantasias e/ou estimulação local direta. Essa reação é regulada basicamente pelo cérebro e medula nervosa. São liberadas substâncias que causam a dilatação dos vasos sanguíneos e o preenchimento dos corpos cavernosos do pênis (pequenas bolsas laterais) resultando na rigidez do órgão. As veias se fecham e aprisionam o sangue nessa região conferindo a manutenção da ereção. Após o orgasmo, as veias deixam o sangue escoar, as artérias voltam ao seu calibre normal e a ereção termina.
Na investigação da impotência, a ultrassonografia fornece importantes informações com respeito à integridade dos vasos sanguíneos. Os exames laboratoriais mais comuns incluem a dosagem de testosterona total e livre, a glicemia e eventualmente a dosagem de prolactina. A verificação das taxas de glicemia é fundamental uma vez que o diabetes mellitus é uma causa frequente de impotência sexual. A verificação da pressão arterial é obrigatória no exame físico. Grande parte dos portadores de hipertensão arterial apresenta disfunção erétil como complicação.

Avaliação clínica da disfunção erétil

Um dado de importância quando se avalia uma queixa de disfunção é se há ereção noturna “involuntária”. A presença desse tipo de ereção demonstra não haver problemas relevantes de ordem física recaindo as possibilidades em causas emocionais. A ausência conduz à possibilidade de doenças associadas ao processo. A impotência sexual de aparecimento súbito normalmente está relacionada ao uso de alguns medicamentos ou devida a traumas emocionais. A alternância entre boas e más ereções faz pensar primeiro em problemas psicológicos. A piora progressiva sugere a coexistência de doenças. Alguns hábitos relacionados ao estilo de vida como o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e o uso de drogas podem estar intimamente relacionados com o quadro. Algumas condições e doenças devem ser especialmente investigadas: · Diabetes mellitus · Hipertensão arterial · Doenças vasculares · Cirurgias (próstata, aneurisma de aorta) · Ginecomastia (aumento das mamas por doença endócrina) · Abdome volumoso e pênis de pequenas dimensões · Doenças neurológicas periféricas · Atrofia dos testículos

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Terapia de Vidas Passadas - Proposta Terapêutica para o Novo Milênio

Para esta modalidade terapêutica a reencarnação é um dos objetivos fundamentais. A reencarnação pressupõe não apenas a existência do espírito mas também sua existência à morte. Ela é sem dúvida a porta para se compreender os problemas da pessoa. Na sua grande maioria, quando os relacionamentos são complexos entre os casais, familiares, amigos, superiores, pessoas de determinadas raças, cor ou sexo, a causa pode advir de experiências de vidas passadas. As desigualdades sociais, as doenças incuráveis, principalmente em crianças, as tragédias coletivas, as mortes prematuras, os talentos, as habilidades e a genialidade de crianças que não tiveram nenhuma influência dos pais, podem ser resultados de muitas vidas.
As experiências de vidas passadas ficam armazenadas no inconsciente e elas irão determinar como serão nossas futuras encarnações, as pessoas que estaram conosco bem como os valores á exercitar.Durante séculos a única abordagem para se analisar a tese da reencarnação foi a religiosa, a mística e a filosófica. A partir do século passado e, principalmente desde 1950, os cientistas começaram a pesquisar o assunto dentro de uma metodologia científica. Muitos desenvolveram pesquisas, mas 3 devem ser citados pelas seguintes razões:a) São de reconhecida idoneidade científica;b) Possuem sólida formação teórica. Somente publicam resultados após fazerem pesquisa de campo ou seja, vão verificar as evidências dos fatos;c) Nenhum deles é discípulo do outro.Então, são 3 nomes muito respeitados internacionalmente. São eles:1) Dr. Ian Stevenson: Diretor do Depto de Psiquiatria e Neurologia da Escola de Medicina da Universidade de Virgínia, nos EUA. Publicou no Brasil, em 1971, o livro: “20 casos sugestivos de reencarnação”. Pesquisa crianças com recordações de vidas passadas até a fase da puberdade. Pesquisa também crianças com marcas de nascença. Ele selecionou 20 casos de crianças dos seguintes países: 7 na Índia; 7 no sudeste do Alasca; 3 no Ceilão; 2 no Brasil e 1 no Líbano. No Ceilão, ele relata um caso muito interessante de recordação de vidas passadas de uma criança de 2 anos e meio de idade, que nasceu em 1947 com acentuada deformidade no lado direito do peito e no braço direito. O menino andava pela casa de modo solitário falando sozinho. A mãe o ouviu falando que seu braço direito era disforme porque ele havia assassinado sua mulher na vida anterior.Mencionou uma série de detalhes à respeito do crime do qual a mãe nada sabia. Espantada, foi perguntar ao marido a respeito das declarações do menino e ele, surpreso, confirmou a exatidão do que o garoto dissera. O marido disse que seu irmão mais novo havia sido executado em 1928, por ter assassinado a esposa. Portanto, depois de 19 anos após ter sido executado, seu irmão mais novo reencarnou como seu filho.2) O outro cientista é o professor Banerjee, indiano, que pesquisa a reencarnação desde 1953. Ele pesquisou mais de 1100 casos de reencarnação em todo o mundo. Este cientista prefere usar o termo “Memória extra-cerebral” em lugar de reencarnação. Pois muitas habilidades apresentadas pelas pessoas que ele estudou não foram aprendidas na vida atual e, portanto, não fazem parte do cérebro físico.3) E o 3º pesquisador é o Dr. Hernani Guimarães Andrade, brasileiro, respeitado pela comunidade científica internacional e pouco conhecido entre nós. É diretor Presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas de São Paulo. Ao longo de 40 anos de atividades nesse campo, ele tem divulgado seus trabalhos através de artigos, conferências, congressos, cursos, livros, muitos deles publicados no exterior. Pesquisa a reencarnação desde 1969. Em uma conferência que proferiu em São Paulo, ele apresentou 28 tipos de evidências de reencarnação.A reencarnação que até a pouco tempo era abordada somente sob o aspecto religioso, filosófico e científico, é agora utilizada para fins terapêuticos.A Terapia de Vidas Passadas ou TVP como é abreviada é um método psicoterápico relativamente novo no Brasil. Foi introduzida no Brasil (São Paulo), em 1982 pelo psicólogo americano, Ph.D em psicologia, Morris Netherton, autor do livro “Vidas passadas em Terapia”, traduzido para o português em 1984. Ele esteve 3 vezes em São Paulo (1982,1983 e 1986), ministrou Seminários e treinamentos a médicos e psicólogos, formando os primeiros terapeutas em TVP no Brasil.Ele elaborou sua técnica durante uma terapia para tratar-se de um problema alérgico de fundo emocional, quando sonhava desde criança com um navio que afundava e comentou o fato com sua terapeuta. Trabalhando sobre esses sonhos recorrentes (repetitivos), descobriu o seu nome da vida anterior numa sessão terapêutica e revivenciou sua morte por afogamento em um naufrágio. Na cena, pôde ver também o nome daquele navio e, mais tarde, foi conferir se ele tinha existido em alguma época, procurando na lista de acidentes marítimos, onde havia o nome da embarcação, o lugar em que afundou e as pessoas desaparecidas. Verificou então que o nome que tinha vivenciado e lembrado na sua sessão terapêutica, constava entre os passageiros mortos. Deduziu que o seu caso não deveria ser único. Resolveu estudar o assunto e assim desenvolveu a TVP em 1967.Dr. Morris Netherton trabalha com esta terapia há mais de 30 anos e tem mais de 30.000 casos tratados com resultados excelentes.

O amor que se vai – Flávio Gikovate » cpfl cultura


Muito Interessante a entrevista do Médico Psiquiatra e Psicanalista Flávio Gikovate sobre o assunto, posto para entendimento de muitas questões relacionados ao Amor e Sexo, compartilho do mesmo pensamento, apesar de não possuir 30 anos de experiência como ele, mas é uma oportunidade de conhecer melhor seu pensamento sobre o assunto.