terça-feira, 11 de março de 2014

Psicanálise - Neurociência estuda saída do corpo físico





Depois de assistir a uma aula sobre experiências fora do corpo, uma aluna de psicologia da Universidade de Ottawa, no Canadá, conversou com pesquisadores e contou que ela costumava induzir esse processo voluntariamente, em geral, antes de dormir.
Impressionados com o caso, os pesquisadores Andra M. Smith e Claude Messier resolveram estudar a jovem, que ficou impressionada ao perceber que nem todas as pessoas eram capazes de experienciar o mesmo. Os resultados e as descobertas dos neurologistas foram publicados no periódico Frontiers in Human Neuroscience.
A jovem relatou que esse tipo de experiência é comum para ela, que começou a sair do corpo voluntariamente quando era criança. Eventualmente, ela ficava entediada com a “hora do sono” que tinha na escola e, em vez de dormir, ela conta que ficava se movendo acima do seu corpo.



Fonte da imagem: Reprodução/FileHippo



Hoje, a jovem tem 24 anos e relata que continuou com a prática conforme foi crescendo, imaginando que se tratava de uma coisa que todo mundo conseguia fazer. De acordo com o estudo, foi assim que ela descreveu suas experiências: “Ela podia se ver rolando no ar acima do seu corpo deitado e girando no plano horizontal. Ela afirmou assistir a si mesma se movendo acima, mas consciente do estado imóvel do seu corpo ‘real’. A participante não reportou nenhuma emoção relacionada à experiência”.
Os cientistas ressaltam que essa é a primeira pessoa a ser estudada que tem a capacidade de induzir esse tipo de atividade e sem apresentar qualquer alteração cerebral. Para entender melhor o que acontecia no cérebro da estudante durante a experiência extracorpórea, ressonâncias magnéticas foram realizadas. Os pesquisadores notaram que durante o processo ocorria a desativação do córtex visual e a ativação de diferentes áreas do lado esquerdo, que estão associadas à cinestesia, como as representações mentais dos movimentos do corpo.
A partir dessas descobertas, os pesquisadores acreditam que existe a possibilidade desse fenômeno ser mais comum do que se imagina, mas as pessoas não relatam por acharem que não é nada de excepcional. Ainda, tudo indica que a habilidade está presente na infância, mas pode se perder com o passar do tempo se não houver uma prática regular.