sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Psicanálise - Escolha seu Terapeuta


“Tornar a vida mais tranqüila e dar a volta por cima de tudo o que você tem chamado de problema são alguns dos benefícios da psicoterapia. A variedade de tratamentos é grande, mas antes de escolher o especialista é preciso conhecer um pouco sobre cada escola. Assim, fica mais fácil fazer sua opção”.

Para muitos não é fácil admitir, mas faça uma reflexão: quem hoje em dia não viveria melhor com a ajuda de um psicoterapeuta? Há algum tempo, quem recorria a esse auxílio para tentar ser mais feliz era visto como um doente mental, e o preconceito era impiedoso. Aos poucos, essa imagem foi se tornando amena. Mas ainda assim, perceber a necessidade desse tratamento é uma tarefa complicada.

Em geral, quem está de fora tem mais condições de detectar a importância da psicoterapia do que a própria pessoa. A partir do alerta de um amigo ou parente fica mais fácil decidir sobre o assunto. Mas a opção de procurar um especialista é exclusivamente pessoal.

Se este for o seu caso, fique tranqüila, afinal, precisar de um socorro emocional não é mais privilégio de poucos. Pense bem, estamos vivendo o início de um século. O Mundo caminha para uma sociedade totalmente diferente de poucas décadas atrás. Se, há alguns anos, o cocooning ( viver mais em casa, recolhida com a família ou com poucos amigos) era moda, hoje essa tendência virou estilo de vida, levando muitas pessoas a optar por trabalhar no próprio lar, por exemplo, fugindo do trânsito caótico, principalmente nas grandes cidades. E a tecnologia só vem facilitar essa escolha. Em muitas profissões bastam computador, fax e telefone em casa para que o trabalhador não precise mais pôr o pé na rua para ganhar o seu dinheiro. Claro que os benefícios são muitos. Mas os pontos negativos também começam a aparecer, reforçando alguns dos problemas sociais das décadas anteriores. O individualismo, por exemplo, transformou-se em puro isolamento. Além disso, hoje, parece que, para se sentir segura, é preciso trancar-se entre quatro paredes.

O que temos aí é um sentimento crescente de solidão, além da dificuldade no relacionamento social. Antigamente, dizia-se que os verdadeiros amigos podiam ser contados nos dedos das mãos. Hoje, digamos que bastam poucos dedos.


“QUEM PODE AJUDAR VOCÊ ?”


Todos esses exemplos são indícios de que a vida, muitas vezes, fica difícil. O dia-a-dia pode se tornar um fardo. Sinais de depressão ( ou o contrário: muita ansiedade), Desânimo, fadiga, problemas no relacionamento pessoal ou social, insucessos profissionais ou introspecção excessiva não devem ser deixados de lado.

O melhor a fazer é tentar descobrir a fonte desses sintomas. Tomada a decisão de buscar ajuda por meio de um tratamento psicoterápico, surge a primeira dúvida: quem devo procurar?

A opção pelo especialista deve levar em conta algumas referências. Por exemplo, procure indicações de pessoas conhecidas, ou do seu médico, tente saber quais as técnicas utilizadas pelo psicoterapeuta, quais são as correntes ( Jung, Freud, Reich, Lacan ou outras) adotadas, além da sua formação profissional. Outras questões que podem influenciar são de ordem prática, como o número de sessões semanais ( dependendo da linha do especialista, pode ir de uma a cinco), o prazo médio para o tratamento ( alguns levam meses, outros chegam a anos) e o custo mensal, que não deve pesar no seu bolso, para não se tornar um problema a mais em sua vida! Vale saber que, hoje em dia, os psicoterapeutas costumam utilizar os benefícios de várias escolas, de acordo com a sua formação profissional. Assim, não estranhe se o especialista escolhido adotar técnicas diferentes em seu tratamento.

Além disso, vale esclarecer que: psicanalista é o profissional que segue as teorias do “pai da psicanálise”, Sigmund Freud; analista é aquele que se orienta pela linha de Carl Gustav Jung; e psicoterapeuta é o nome dado ao especialista que adota qualquer uma das demais escolas. Todos buscam o alívio dos sintomas pelo autoconhecimento, o que não significa a cura

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Psicanalise - Pensamentos Negativos

Se você tem um problema, seja qual for, e resolve falar dele, todo dia, toda hora, com todo mundo, lamento dizer que ele se tornará cada vez maior, cada vez pior e cada vez você se enterrará na areia movediça da "análise-buraco-negro". Wayne Diyer

"Mantenha seu foco naquilo que você quer, não naquilo que você não quer"

Para sobreviver, o Homo sapiens ganhou um cérebro que funciona, basicamente da seguinte forma: tudo aquilo que tem a sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer.
Isso é tão importante -- e primário -- que vou repetir para você: tudo aquilo que recebe sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer.
Apesar de parecer uma frase vaga e pouco técnica, ela está correta e precisamos entender o seu real significado em nossas carreiras, nossas empresas, nossa vida pessoal e nosso autocontrole. Leia a frase novamente: tudo aquilo que tem a sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer.
Este simples mecanismo permitiu a construção da civilização como a conhecemos, incluindo nossos erros e acertos. Por que? Porque nosso cérebro não faz nenhuma distinção entre as coisas que queremos ou que não queremos. Ele somente se concentra em encontrar meios de obtermos aquilo que está em nossa cabeça, mesmo que seja o que não queremos. Por isso Wayne Dyer afirma: "Mantenha seu foco naquilo que você quer, jamais no que você não quer, ou não tem"
Algumas pessoas acham que isso tem elementos esotéricos, paranormais ou de fé religiosa; não tem. Na verdade, é somente biologia darwiniana e matemática pura, pois a mente não tem meios de avaliar a qualidade relativa de cada um dos 50 mil pensamentos gerados diariamente pelos neurônios. Por isso ele, de modo simples e direto, ajuda você à conseguir aquilo em que você pensa. Sempre.
Se você pensa o dia inteiro em pobreza, nas dívidas para pagar, nas noites solitárias e nos defeitos das pessoas.... seu cérebro, obedientemente, vai procurar modos de conseguir mais daquilo em que você pensa. Você tenderá a conseguir mais falta de dinheiro, mais dívidas para pagar, mais noites solitárias e encontrará ainda mais defeitos em mais pessoas... Repito, isso não tem mágica envolvida, nem paranormalidade: só biologia e matemática.
É impossível explicar neuropsicologia em um texto de quinze parágrafos, mas observe se isso não ocorre em todo lugar. Tudo aquilo que tem a sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer. Sejam pensamentos que ajudam ou atrapalham você.
Uma amiga, que praticamente cresceu comigo, repetia desde a adolescência que "não queria ser como o pai". Um dia, ela resolveu que precisava de terapia, e me contava como, durante muitos anos, as sessões giravam em torno da avaliação que ela fazia do pai e "como ela não queria ser como ele".
Um dia, muitos anos depois, nos reencontramos e a conversa acabou indo para o assunto predileto dela: "não queria ser como o pai". Deprimida, ainda sob terapia e, agora, tomando remédios, perguntei por que ela continava a falar disso; "porque eu preciso me entender, e entender essa minha raiva e os motivos pelos quais não quero ser como meu o pai. E agora estou pior, porque eu descobri que estou agindo e até pensando do mesmo modo que o meu pai. E isso me dá raiva de mim mesma!"
Quando ela começou com essa história, na adolescência, era somente um problema. Mas agora, depois de anos de pensamento concentrado, terapia com foco errado e desprezo pelas leis naturais, ela tinha conseguido: estava se tornando o próprio pai! Tudo aquilo que recebe sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer.
"Agora que você é coach, o que eu faço?", perguntou para mim. Olhei-a nos olhos e perguntei diretamente: "Você repete desde a adolescência que não quer ser como seu pai certo?". Ela me encarou e disse: "É... certo". Então, fiz a pergunta óbvia: "Então você quer ser como quem? Quem é seu modelo? em quem você gostaria de se espelhar?"
Ela me olhou, desconcertada. Pensou um pouco e disse: "Eu não sei com quem eu quero parecer, mas sei que não quero parecer com meu pai. Em todos esses anos de terapia, eu nunca pensei nisso, jamais pensei em quem eu queria ser...". Note que todas as frases que eu grifei, acima, tem o pensamento "quero ser como meu pai". O cérebro simplesmente despreza a palavra não (estou simplificando para efeito didático).
Tentei explicar o conceito de que tudo aquilo que recebe sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer, mas ela quase entrou em choque. "Pelo que você está dizendo, eu estou fazendo a coisa errada a minha vida toda! Todos os anos de terapia, todas as horas do dia em que falei com meus amigos sobre isso??? ". Sim, infelizmente sim.
Embora praticamente todos os livros de sucesso, e vários filosófos e religiosos digam isso (com palavras diferentes), o impacto que este conceito pode ter, por aqueles que o entendem e o aplicam, é poderoso, seja dentro da cultura de uma empresa, uma equipe de trabalho, um casamento, um time e até dentro de nossa própria cabeça.
Tudo aquilo que tem a sua atenção, ganha sua força e sua ação... e tende a crescer, por isso, faça como sugere Wayne Dyer: mantenha seu foco naquilo que você quer, jamais no que você não quer, ou não tem.
Se você entender essa frase, começará a compreender, também, porque algumas pessoas ficam 20 ou 30 anos fazendo terapia, como minha amiga, e infelizmente, os problemas continuam lá. Maiores e piores.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Psicanalise - Diferença das Técnicas

PSICANÁLISE


O Que é Psicanálise?


É a ciência do inconsciente. É conhecida como a ciência Arte. É a forma de tratamento das neuroses através do processo de Livre Associação, Interpretação de Sonhos, análise dos Atos Falhos e da Resistência. A Psicanálise foi criada pelo grande médico neurologista Judeu/ Austríaco Sigmund Freud, que viveu entre 1856 á 1939. É uma ciência de vanguarda, da maior importância para que o homem se compreenda, se resolva e compreenda o próximo na sociedade em que vive. No Dizer de Freud " é a profissão de pessoas que curam almas, que não necessitam ser médicos e que não devem ser sacerdotes”. Seu propósito é descobrir, no inconsciente dos seres humanos, suas necessidades, complexos, traumas e tudo que perturbe seu equilíbrio emocional.

Diferenças entre a Psicanálise a Psiquiatria e a Psicologia.

A Psiquiatria

É a parte da medicina que se ocupa das doenças mentais ou melhor dizendo, "Doenças Cérebromentais" aquelas de origem orgânica, geralmente apresentando lesões do córtex cerebral, e sua terapia se efetua por meio de processos medicamentosos, cirúrgicos, eletrochoques, etc. A atuação do psiquiatra incide, especialmente, sobre as psicoses.

A Psicologia

É a ciência que se preocupa com o comportamento humano em seus aspectos e conduta objetivos, observáveis, que possam ser medidos, testados, compreendidos, controlados, descritos e preditos objetivamente. Pode-se afirmar que o psicólogo se ocupa, antes de tudo, com a mente consciente do homem, utilizando-se de aplicação de testes e de recursos de sua especialidade.

domingo, 28 de março de 2010

Psicanálise - Regressão

Regressão? Para quê?

A principal finalidade das regressões a vivências passadas, nessa ou em outras encarnações, é encontrar fatos ou situações às quais as pessoas estão sintonizadas, ainda sentindo-se lá, em seu inconsciente, sem o saber, mas sentindo e pensando como o faziam lá. Por exemplo, se alguém foi preso em uma cadeia, ficou muito tempo lá e isso lhe afetou muito; embora, claro, já tenha saído de lá, é como se ainda estivesse ligado àquela situação e, então, necessita regredir, voltar para lá e sentir que já saiu daquele lugar; assim, rompe-se a sintonia e ele sentir-se-á, finalmente, livre. Essa é uma das causas da fobia de lugares fechados. Outra, é quando seu corpo morreu e ele foi junto para o caixão... não saiu... só mais tarde é que percebeu que podia sair, subir ou veio alguém do Mundo Espiritual busca-lo. Há muitas pessoas que ainda estão sintonizadas num fato triste, de raiva, de medo, de solidão, etc., de outras vidas, ainda sentindo aquilo, sofrendo e tomando Prozac, Lexotan... Estão sintonizadas em situações do seu passado transpessoal, uma doença imobilizante, uma velhice solitária, uma morte traumática, um abandono do ser amado, em que sentiram muita tristeza, depressão, muita mágoa, muito medo, pânico, raiva, sentimento de inferioridade, solidão. A finalidade terapêutica da regressão é, então, fazer com que retornem a essas situações e relembrem que já saíram delas, que aquilo já passou; aí, corta-se a sintonia com aquelas situações e os sentimentos e, então, sentirão alívio, sentir-se-ão livres. A melhora é automática, natural. A principal finalidade da regressão é fazer a pessoa voltar a uma situação traumática que ainda está ativa em seu inconsciente e relembrar que aquilo já terminou, ou seja, desconectar-se daquela situação e dos sentimentos que sentia lá. É um desligamento. O outro grande benefício da regressão é a pessoa perceber como é parecida vida após vida... E a evolução espiritual? E a transformação? Somos muito incompetentes nesse assunto...Na regressão, quem quer descobrir a origem de uma raiva, começa a sentir raiva, quem quer encontrar a origem de uma tristeza, começa a sentir grande tristeza, o mesmo para o medo, a mágoa, o sentimento de solidão, angústia, etc. Em geral, o paciente acredita que são os seus sentimentos de hoje, mas não; são os de lá que já estão sendo encontrados. A minha orientação é que a pessoa me diga quando começa a sentir algo dentro de si, mesmo que seja o que comumente sente, mesmo que pareça imaginação, que está inventando tudo aquilo, etc. Começam a vir idéias como se fossem imaginação ou fantasias; por exemplo: de repente passa em sua mente a sensação de uma batalha, ou de um baile, ou de um navio, ou de um casamento. A minha orientação é que a pessoa me diga qualquer fato que surja em sua mente, mesmo que não esteja vendo nada, esteja tudo escuro em sua mente; não deve duvidar daquela idéia que veio, não deve tentar entender, questionar, racionalizar, esperar ter certeza para me dizer, pois isso faz com que a idéia desapareça.E quando, depois de muito tempo, o paciente diz que não está vendo nada... o terapeuta acha que, então, ele não regrediu... mas regrediu, sim, está num lugar escuro... E quando diz que não está fazendo nada... pode estar flutuando no Astral intermediário após um desencarne em alguma vida passada...
O processo de regressão é totalmente passivo; a pessoa deve deitar-se e entregar-se totalmente, relaxar completamente, soltar o corpo, como se fosse desaparecer e seguir as minhas instruções. Ir apagando os pensamentos, como se fosse dormir, criar um espaço neutro para que, do seu Inconsciente, venham as idéias, as sensações e os sentimentos. Não deve ficar pensando, querer ver, procurar por algo, pelo contrário, deve ficar passivo e esperar que venham as informações lá do seu Inconsciente, e me dizer qualquer coisa que venha à sua mente ou nos seus sentimentos.O processo de regressão consta de 2 fases:Fase 1 – atuação do terapeuta:a) Relaxamento do corpo físico.b) Expansão da Consciência: pedimos ao paciente que imagine que começa a flutuar, a crescer, que vá subindo em direção ao teto, ocupando a sala, ficando grande... muito leve... que ultrapasse a sala, vá para o céu, crescendo... crescendo... ficando cada vez maior, cada vez mais leve, mais sutil... Isso faz com que a sua Consciência alcance os seus corpos sutis, onde estão as memórias das vidas passadas. Fase 2 – regressão propriamente dita: Esta fase é realizada pelo Mundo Espiritual e o terapeuta deve procurar ficar o mais calado possível para não interferir no trabalho. Estimular, de vez quando, o paciente a continuar seu relato que deve ir até a morte do corpo físico, até o desencarne, continuar a recordação até a subida para o Plano Astral, até citar que está sentindo-se bem, ou seja, os sentimentos negativos já desapareceram, as dores sumiram, etc.A minha orientação é que, a qualquer momento, no relaxamento físico ou na expansão da Consciência, ao surgir alguma idéia, sensação ou sentimento, o paciente comece a relatar o que está vindo. Não deve esperar por imagens, nem deve esperar ter certeza de algo para me referir, pois no início tem a sensação de que está imaginando, inventando, que é semelhante a um sonho que já teve, ao que alguma cartomante lhe disse, ao que já achava que era.Quando o paciente me diz que está sentindo algo - tristeza, medo, raiva - ou está sentindo-se preso, ou apertado, ou que lhe passou uma idéia de navio, de guerra, de uma época medieval, a sensação de estar sozinho, está sentindo calor, ou frio, etc., parece que está caminhando, está com sede, parece que tem fogo; eu lhe perguntarei algo referente a isso e, então, deve continuar falando o que vem à sua cabeça, sem pensar, sem querer entender, sem duvidar, sem questionar pois, senão, o que vem vindo do seu inconsciente poderá ser bloqueado.A Terapia de Regressão é incentivada pelo Mundo Espiritual, mas os terapeutas devem permitir que o Guia da pessoa realize o trabalho. Quem somos nós para sabermos para onde a pessoa deve regredir? Quanta prepotência acreditarmos que podemos comandar tão delicado procedimento... E a orientação que recebi do Mundo Espiritual é que JAMAIS deve ser incentivado o reconhecimento de pessoas em outras encarnações, pois isso é uma infração à Lei do Karma! Sugiro aos pacientes que conversem com seu terapeuta a esse respeito, no caso deste trabalhar desse modo, incentivando o reconhecimento, peçam para isso não ser feito... É errado e anti-ético! Sei que a tentação de saber quem vai encontrar em outras vidas é muito grande, saber porque alguém o odeia, a procura da alma gêmea, etc., mas devemos respeitar a Lei do Esquecimento. Quem descumprir essa Lei irá arrepender-se mais adiante...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Análise Transacional

Análise Transacional
No artigo anterior de AT, eu descrevi que a estrutura da personalidade é composta de três partes: a) Pai (mãe); b) Adulto; c) Criança. Desta forma, trazemos gravados em nossa estrutura de personalidade os pais que tivemos, o adulto que somos e a criança que fomos. Essas três estruturas de personalidade se comunicam entre si em nossa cabeça constantemente em forma de diálogos internos.

Neste artigo gostaria de descrever como ocorre o funcionamento destas três estruturas de personalidade. Análise Funcional da Personalidade

Funcionalmente dividimos a nossa personalidade em:

1) Pai (mãe) Crítico (PC) : Lado da personalidade que critica, censura, pune, castiga, dá ordens, impõe regras, proíbe e que usamos em nossas relações interpessoais (comigo mesmo) e interpessoais (com os outros). É o lado da personalidade que vive julgando, condenando, apontando falhas e defeitos. O criticismo acentuado e a visão preconceituosa fazem parte também desta estrutura de personalidade.
Ex: “Como sou burro. Eu não faço nada certo”.
“Você faz tudo errado”.
“Eu não confio nos homens. São todos iguais”.
“Cala a boca você fala muito. Só fala besteira”.
“Eu odeio gente ignorante”!

Se você teve pais muito críticos, autoritários, preconceituosos, moralistas, a tendência é reproduzir essas atitudes consigo mesmo e com os outros. Em outras palavras, se você foi humilhado, maltratado, criticado ou ignorado pelos seus pais, a tendência é fazer o mesmo. Por outro lado, se você foi amado, qualificado e respeitado, a tendência também é fazer o mesmo consigo e com os outros.

Um estudo da Vara da Infância e da Juventude concluiu o seguinte: Crianças espancadas tendem a se tornarem pais espancadores. Da mesma forma, crianças abusadas sexualmente tendem a se tornar adultos abusadores. Desta forma, quando criança, incorporamos os padrões de comportamentos e os sentimentos dos nossos pais e tendemos a reproduzi-los quando nos tornamos adultos. Se você veio de uma família violenta, agressiva, onde seus pais brigavam muito, é bem provável que você vá reproduzir isso no seu relacionamento conjugal.

2) Pai (Mãe) Protetor (PP): É o lado da personalidade que protege, ajuda, apóia, ensina, estimula, incentiva, dá segurança, colo.
É o oposto do Pai (mãe) crítico (PC).
Ex: “Faça uma boa viagem. Que Deus o acompanhe”!
“Conte comigo; é só me procurar”.
“O seu trabalho está bom, parabéns”!
“Não se preocupe, vai dar tudo certo”.

Quando sirvo um café, faço um favor, apóio, oriento, encorajo uma pessoa, elogio alguém, dou um abraço bem “redondo” ou consolo uma pessoa que perdeu um ente querido, estou usando o lado protetor (PP) da minha personalidade.
Em contrapartida, as pessoas que conviveram com pais indiferentes, não participativos, ou mesmo ausentes, tendem a ter muita dificuldade em darem colo, carinho e proteção às pessoas.

3) Adulto (A) : É o lado da personalidade que pondera, usa a razão, o bom senso, analisando os prós e os contras com base na realidade para tomar uma decisão, resolver problemas.
Ex: Quando faço uma pergunta para entender melhor o comportamento de uma pessoa, busco dialogar, me inteirar mais da realidade do mercado de trabalho para saber se é o momento de mudar de emprego, estou utilizando o meu lado ADULTO da personalidade. É também o lado ético, lúcido, coerente, atualizado, bem informado, flexível, em pleno contato com a realidade.
Uma pessoa saudável é aquela que tem flexibilidade, plasticidade e um contato amplo com a realidade. Esta pessoa, portanto, ‘tem’ em si um ADULTO bem estruturado.

4) Criança Adaptada (CA):

a) Submissa: Lado da personalidade que reage passivamente por medo ou culpa. É o lado inseguro, medroso, fóbico. É aquele garotinho(a) que carregamos dentro de nós que oprime suas emoções ou desejos, vive para os outros. Funciona só na obrigação, no dever. Está sempre querendo agradar os outros, tem dificuldade de dizer não. Foi programado pelos pais a cumprir suas exigências e expectativas.
A Criança Adaptada Submissa (CAS) é conseqüência de Pai (mãe) crítico (PC) em excesso. Aprendeu a colocar os outros sempre em primeiro plano, é ‘travada’ emocionalmente (tem dificuldade em expressar o que pensa e sente).
Com isso, vai perdendo a espontaneidade, o encantamento pela vida, a vitalidade e o entusiasmo. É a criança que foi muito censurada, reprimida.
Tornam-se adultos medrosos, inseguros.
Ex: Quando você está sempre querendo a aprovação alheia.
Quando está sempre pedindo desculpas, “pisando” em casca de ovos para não magoar as pessoas.
Quando costuma dizer sim e acaba ficando com raiva de si por fazer algo que lhe desagrada.
Quando você tem dificuldade de olhar nos olhos de seu interlocutor ao conversar com ele.

b) Rebelde: Lado da personalidade que busca sempre desafiar, bater de frente, contestar as pessoas, principalmente as figuras de autoridade. É o lado polêmico, agressivo, radical, desafiador.
É a parte da personalidade que só funciona dessa forma. É conseqüência também de pais muito críticos, controladores e autoritários. Enquanto a criança adaptada submissa (CAS) se submete às exigências dos pais, a criança adaptada rebelde (CAR) busca sempre desafiar, enfrentar as atitudes dos pais. É também o lado pirracento, birrento, provocador.
Ex: “Não estou nem aí”!
“Faço o que eu bem entender”.
“O problema é meu”!
“Você não tem nada que se meter com a minha vida”.

c) Criança Livre: (CL) : Lado da personalidade que libera de forma espontânea pensamentos, sentimentos e atitudes.
É também o lado intuitivo, criativo e alegre. É a parte mais saudável da personalidade. A liberdade de expressar pensamentos e sentimentos, dar boas gargalhadas, contar piadas de forma descontraída e divertida vem dessa criança livre (CL).
Ex: Quando se está com vontade de rir ou de chorar e não bloqueamos.
Quando se está com raiva e se desabafa de forma sincera.
Quando se toma um sorvete num dia quente e nos deliciamos totalmente com isso.
Portanto, a criança livre representa a parte espontânea e criativa da personalidade.
O objetivo da AT é trazer de volta essa (CL) no paciente. É resgatar a vontade de viver, o encantamento pela vida que o paciente perdeu, “matou” dentro de si. É exercitar as cinco emoções básicas, inerentes ao seu humano: medo, raiva, tristeza, alegria e afeto.

O Dr. Eric Berne, o criador da Análise Transacional (AT), traduziu o postulado filosófico da AT numa singela parábola: “Todos nós nascemos“ príncipes” ou “princesas”. No decorrer do processo educacional, nos transformamos como que enfeitiçados em “sapos” tristes e acomodados, porém com o potencial de realeza apenas aguardando ser redespertado”.
Para finalizar este artigo, quero reproduzir uma oração de fé na pessoa na linguagem da AT.

“Creio no homem. Creio na sua essência de luz, na sua inclinação para a saúde, na sua vocação para a vida. Creio no seu potencial evolutivo e na sua possibilidade de despertar. Creio no homem mesmo quando ele me chega “disfarçado” de doente, de fracassado, de impotente. Creio no homem mesmo quando está manipulando e sendo manipulado; mesmo quando destruído pela existência; mesmo quando reduzido a farrapo. Creio no homem mesmo quando mendigando, exibindo suas feridas; mesmo construindo bombas nucleares, mesmo quando me chega enfeitiçado de “sapo” triste e acomodado; ainda assim, creio na capacidade do homem despertar seu “Príncipe” ou “Princesa” interior.
Incondicionalmente, creio que eu sou OK, você é OK e a humanidade é OK.

Roberto Crema - “Análise Transacional Centrada na Pessoa... e mais além”.
Editora Agora