quinta-feira, 2 de julho de 2009

Medicina Tradicional Chinesa

Dinastia Han, 149 a.C. Noroeste da China. Um agricultor trabalha nos campos de trigo na primavera. Um vento nórdico frio e cortante está soprando. Á tarde, após o trabalho, ele manifesta um prurido na garganta, coriza, tosse, rigidez acentuada no pescoço e cefaléia. Ele visita o Acupunturista local que diagnostica uma invasão exterior de Vento-Frio. O Acupunturista insere algumas agulhas no corpo do agricultor, produzindo uma melhora notável após algumas horas. 1980 d.C. Amsterdã, Holanda. Um Diretor de uma instituição bancária do Centro Administrativo de Amsterdã sofre de ansiedade e Insônia. Ele trabalha por várias horas e sob considerável pressão, uma vez que é o responsável pelo gerenciamento de grandes investimentos de dinheiro. Um colega de trabalho tinha feito tratamento por acupuntura a fim de parar de fumar e o recomenda ao seu Acupunturista, o qual diagnostica problemas no Fígado decorrente da pressão sofrida no trabalho. Ele insere algumas agulhas para remover patologia do Fígado e acalmar a mente. Após algumas semanas de tratamento houve considerável melhora. A Medicina Chinesa é tão potente que, mesmo originada milhares de anos atrás e amadurecida centenas de anos antes de Cristo, pode diagnosticar e tratar com sucesso os problemas de saúde gerados pelo estilo de vida do século XXI, o qual se encontram anos-luz distante da sociedade em que viviam os antigos camponeses, na qual a Medicina Chinesa se originou. Os procedimentos utilizados para tratamento são de proporcionar a restauração do fluxo vital normal do corpo humano, utilizando-se de agulhas (acupuntura), calor (Moxabustão), Luzes (cromopuntura e Laser), Eletricidade (Eletropuntura), pressão com a polpa dos dedos (Acupressão), (Do-In), importante complemento com a Fitoterapia Chinesa, medicamentos formulados com ervas naturais de procedência Chinesa para várias aplicações nos diversos males, sendo os principais de origem Dermatológicos, Doenças da Velhice, Gástricos, Ginecológicos, Endócrinos, Obesidade, Oftalmológicos, Respiratórios, Reumáticos, Neurológicos, e também com excelentes resultados nos casos estéticos de correção e melhoria na aparência no corpo em geral. A Medicina Tradicional Chinesa é muito praticada atualmente por Médicos e Terapeutas no mundo inteiro e ocupa uma posição de destaque entre as ciências médicas do Mundo contemporâneo e pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Para a Medicina Tradicional Chinesa, o corpo humano capta a energia vital provenientes do manancial da natureza, em especial do Sol, e está energia circula por todo o corpo e quando está em desequilíbrio resulta no que chamamos de doença física ou psíquica. Portanto partindo desse princípio, o tratamento pela Medicina Tradicional Chinesa visa dois objetivos importantes para manutenção da harmonia do organismo como um todo, curar as doenças presentes pela correção das falhas no fluxo energético e prevenir as doenças antes que se instalem no corpo, conservando a saúde pela manutenção desse equilíbrio. Muito difícil se faz colocar a despeito das diferenças culturais entre as sociedades ocidental e oriental chinesa. E natural que a Medicina Chinesa que se originou na China carrega a herança cultural de seu povo. Mas hoje a forma como é transmitida a teoria da Medicina Chinesa na própria China reflete obviamente uma influência materialista. Mesmo existindo diferenças culturais entre as sociedades ocidental e a chinesa, elas não devem ser superestimadas. Um dos pontos mais fortes da Medicina Chinesa, e considerado uma verdade universal, é a sua simplicidade. Precisamos também modelar a Medicina Chinesa á cultura e as características ocidentais, mas esta modelagem pode referir-se somente aos seus fundamentos sólidos da Teoria da Medicina Tradicional Chinesa. Não se pode fazer qualquer adequar algo do qual não se conheça com profundidade. Ocorrendo uma adaptação sem uma compreensão real a respeito da teoria e da prática da Medicina Chinesa, com certeza acarretará numa forma espúria de “Acupuntura”, em que não será nem ocidentalizada e nem chinesa, provocando o descrédito da Medicina Chinesa devido aos parcos resultados terapêuticos. No processo de “adaptação” da Medicina Chinesa ás características ocidentais, determinadas nuances surgiram, as quais levaram a Medicina Chinesa além de seus limites e dos limites da própria medicina. Embora a Medicina Chinesa considere o corpo e a mente como um todo integrado, apresentando um profundo efeito sobre a mente, limitações são encontradas neste campo. O papel do médico, não somente quanto á Medicina Chinesa, mas quanto a qualquer medicina e a qualquer tempo, não é o de um mestre espiritual. Nos tempos da Babilônia, quando alguém adoecia, um grupo de três pessoas era chamado; um médico com habilidades em diagnóstico, um especialista em presságios e um sacerdote versado em reencarnações. Isto ilustra bem a separação entre os papéis dos médicos e dos guias espirituais. Mesmo na China durante a dinastia Tang, a Faculdade Imperial Médica oferecia cursos diferenciados em medicina interna, acupuntura, massagem e reencarnação. Assim sendo a Acupuntura apresenta uma influência profunda sobre os problemas emocionais e mentais, mas com limitações. No que se refere a problemas graves de ordem mental, a Acupuntura somente poderá auxiliar se combinada com o trabalho de um psicoterapeuta treinado para tais circunstâncias.

Notas:
Unschuld P1986 Medicine in China – A History of Pharmaceutics, University of Califórnia Press, Los Angeles. Walls-Budge EA 1928 Divine Origin of the Herbalists, Society of Herbalists Maciocia, Giovanni – Os Fundamentos da Medicina Chinesa – Ed. Roca

Nenhum comentário:

Postar um comentário